InCor de Londrina mobiliza médicos por melhorias na saúde do país
Nesta terça e quarta-feira, médicos em todo o país paralisarão seus atendimentos em reação à campanha “Mais Médicos”, do Governo Federal. Em Londrina, médicos do Instituto de Doenças do Coração (InCor), em parceria com profissionais de outras especialidades e instituições, levantam a bandeira do “Coração Brasileiro” para protestarem e apresentarem suas causas em discordância ao programa, contudo, sem paralisarem os atendimentos.
“Mais apoio, melhor infraestrutura e melhores salários”. Este é o resumo do protesto dos médicos do InCor, que na última quinta-feira, 25, encaminhou uma carta ao Conselho Federal de Medicina, para o presidente Roberto Luiz d’Avila, pontuando algumas informações que consideram importantes serem melhor esclarecidas (abaixo).
Para o cardiologista Walace Aquino, “expor as opiniões da classe e os aspectos que têm gerado polêmica são fundamentais, na verdade, um dever da classe médica, na busca por melhorias no relacionamento com o Governo e ainda para serviços mais adequados e dignos à população. Entretanto, ‘paralisar’ os atendimentos implicará em prejudicar a classe menos favorecida, ou seja, os pacientes do Sistema Único de Saúde, tão dependentes e carentes deste serviço”, defende. Por isso, a equipe InCor é totalmente favorável à mobilização e aos protestos, mas com a devida reflexão sobre os prejuízos à saúde da população na suspensão dos atendimentos.
Mais Médicos
O programa foca a melhoria do atendimento aos usuários do SUS propondo levar médicos às regiões carentes desses profissionais. A oferta é de uma bolsa federal de R$ 10 mil por mês, paga pelo Ministério da Saúde, mais ajuda de custo, para a atenção básica durante os três anos do programa. A responsabilidade de moradia e alimentação dos médicos, além de outros recursos relacionados às melhorias em infraestrutura dos hospitais serão responsabilidades das prefeituras de cada município.
Segundo publicações no site do Governo Federal, a preferência é para que médicos brasileiros preencham as vagas e no caso do não suprimento, serão aceitos candidatos estrangeiros. No encerramento das inscrições foram contabilizados menos de 4 mil médicos com diploma brasileiro, ou seja, 21% dos 18.450 médicos que se inscreveram inicialmente no programa. O prazo para que completassem o cadastro e para a apresentação de documentos venceu às 11h59 de domingo, 28. Já para os estrangeiros, o prazo final será dia 8 de agosto. Até o momento, quase 800 médicos de outras nacionalidades completaram a inscrição.
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index.html
Protesto
Em suma, a discussão (e a discordância) não se dá pela vinda de médicos estrangeiros, mas sim, pela sistemática que foi criada, sem as mesmas exigências e critérios já estabelecidos para a atuação de médicos do próprio país. E ainda pelas inúmeras falhas, notórias na prestação de serviços ao SUS, tais como: falta de infraestrutura em diversos hospitais, em que muitos estão totalmente sucateados, em diferentes regiões; falta de hospitais devidamente equipados para urgências e emergências; extrema falta de leitos; falta de recursos e medicamentos; falta de concursos públicos e incentivos seguros que sustentem médicos em regiões carentes dos profissionais; falhas administrativas e falta de clareza nas informações, transparentes para a classe médica e para a população, dentre outros quesitos.
Para falar sobre o assunto, os médicos Walace Aquino e Icanor Ribeiro, cardiologistas do InCor Londrina, em parceria com a médica Lisete Benzoni, ginecologista e obstetra, estarão à disposição da imprensa, apresentando as defesas da classe médica por melhorias no atendimento ao Sistema Único de Saúde.
Carta enviada ao Conselho Federal de Medicina
* Dr. Icanor Ribeiro (CRM 4932) e Dr. Walace Aquino (CRM 7708) são médicos cardiologistas do InCor Londrina. A Dra. Lisete Benzoni (CRM 9746) é ginecologista e obstetra, também conselheira do CRM. Mais informações com Adriana Marques (43 8415-7931) ou no Instituto de Doenças do Coração: 43 3371-8500, com Dr. Walace.
Atenciosamente,
Adriana Marques
Jornalista | MTB 3984