Infarto: fatores de risco, sintomas e prevenção

Ele é silencioso, perigoso e, na maioria das vezes, a dor se manifesta tardiamente, já no momento do infarto. Em entrevista ao programa Vitrine Revista, com a Lu Oliveira (TV Tarobá/Band), o cardiologista Adriano Freitas Ribeiro fala sobre os motivos que levam ao infarto; também a incidência entre o público jovem, abaixo dos 45 anos de idade e as consequências e cuidados para o resto da vida.

A alimentação é a vilã?

Não. De acordo com o cardiologista, vários fatores somados podem levar ao infarto: a idade, alimentação, sedentarismo, estresse e outras doenças associadas, como obesidade, colesterol, diabetes e hipertensão. “A pessoa está bem, sem qualquer sintoma e, de repente, com a artéria parcialmente comprometida, pode ocorrer uma rachadura na placa de gordura, o que leva à formação de um coágulo de sangue em poucos segundos. É neste momento que a dor e outros sintomas se manifestam e o infarto acontece”, alerta Adriano.

O jovem e o adulto, abaixo dos 45 anos de idade, não são maioria dentre o público que mais sofre infarto. De acordo com o cardiologista, representam 8% dos casos, porém, a incidência vem aumentando nesta faixa etária, em especial pelos maus hábitos e estilo de vida. “O tabagismo, o sedentarismo, a obesidade, dentre outros fatores, têm levado os jovens, sobretudo os homens, ao infarto”, diz Ribeiro. Segundo o médico, a proporção de ocorrência do infarto é de 8 pra 1, considerando homens versus mulheres. Após a menopausa, o risco também aumenta para o público feminino. 

Como identificar o infarto?

A manifestação principal é a dor. Ela se inicia no tórax, mas pode vir desde o queixo até a boca do estômago. É uma dor difusa, espalhada e vem com outros sintomas como falta de ar, transpiração, palidez, náuseas, além de outros. Diferente do público idoso, em que a artéria está quase toda tomada pela placa de gordura, a artéria do jovem apresenta uma obstrução menor, de 10% a 20%. Por esse motivo, no seu rompimento, a dor é muito mais aguda e intensa.

Diante da suspeita de um infarto, o que fazer?

Não perca tempo e corra para um hospital ou para o consultório do seu cardiologista. Se a pessoa estiver infartando, cada minuto é fundamental para garantir a sobrevivência.

O médico ressalta que ao sofrer um infarto antes dos 45 anos, a pessoa precisará rever e mudar completamente os hábitos, pelo resto da vida, pois a possibilidade de reincidência torna-se muito maior. “Será necessária uma mudança radical, pois além do risco de recorrência, aumentam ainda as chances do AVC (o derrame). Daí, não tem outro jeito: tem que rever a alimentação, adotar a atividade física regular, fazer exames de sangue periódicos e visitar um cardiologista a cada seis meses”, explica Adriano.

Prevenção

Evitar o primeiro evento é primordial. A prevenção começa desde a infância, com uma “cultura saudável”, de bons hábitos.

Além de promover saúde, prevenir as doenças custa menos ou “nada” para o bolso. Enquanto você pode fazer exercícios caminhando, usando as academias ao

 ar livre, desenvolvendo programas e treinos em casa, após sofrer um infarto, o remediar – custos com medicações e tratamentos – será oneroso. “Podemos considerar, no mínimo, quatro medicações de rotina, o que representa um gasto de R$ 200, R$ 300 reais de farmácia por mês”, alarma o cardiologista.

Dicas para bons hábitos:

  • Atividade física regular, 3 vezes por semana
  • Alimentação balanceada, com verduras, legumes, frutas e sem açúcar refinado
  • Exames de sangue regulares, uma vez por ano
  • Consulta médica e um check-up uma vez por ano

Confira o vídeo e a entrevista no programa Vitrine Revista.

Adriano Freitas Ribeiro, cardiologista. Especialista em Medicina do Esporte | CRM PR 25124
Instituto de Doenças do Coração de Londrina (InCor) | Julho/2018